quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

ESTA É A MINHA HISTÓRIA DE POMBO-CORREIO

Tenho a leve impressão de ter sido a criança mais besta do mundo. Não no sentido de ser bobo, porque isso já é natural de toda criança (quase todas). Quando moleque, sempre fui certinho, corretinho em tudo que fazia. Isso ainda é muito vivo em mim, tem coisas que não faço porque acho que não devo fazer — mas muita gente faz. Coisas como pilotar a moto calçando um chinelo, ou sem capacete; dirigir na contramão; ficar com o troco errado do comércio, e outras diversas coisas dessa variável.

Não sei se isso acontece na família de outras pessoas, na minha todas as crianças são pombos-correios. Não no sentido de serem escravas e obrigadas a levar e trazer recados dos adultos. É aquela velha desculpa “está dois dias mais novo que eu”, e funciona. 

Esta é a minha história de pombo-correio. 

Não sei exatamente a idade correta, só sei que vivia a fase do andar sem camisa pela rua. Me vem à cabeça uma bermuda de cor amarelo queimado, não sei o porquê. A ordem de minha mãe era a de ir na casa da minha avó (mãezinha), que mora uma rua atrás da minha, e trazer farinha. Simples. Quer dizer, simples na teoria. 

Fui. 

— Benção, mãezinha? 
— Deus te abençoe! 
— Minha mãe mandou eu vir buscar farinha. 
— Tá em cima da mesa. Pega lá, meu filho. 

Peguei. Voltando... 

Na esquina da rua existia um comércio e, ao lado, uma carrada de areia. Ôh, carrada de areia, por quê? Num jogo de desequilíbrio das pernas, caí. E, consequentemente, a farinha também. Eu poderia ter usado a desculpa de que criança anda com a cabeça no mundo da lua, que foi sem querer ou qualquer outra coisa para me livrar da situação. Mas tive a brilhante ideia de encher o pote, antes de farinha, com areia. 

Imagine uma criança desesperada. Bem, não era eu. Naquele momento eu era o desespero personificado. O que falar para minha mãe? Ela vivia uma fase meio Rochelle e eu não queria ser o Chris. 

Entrei em casa como se estivesse pisando em lã, não queria fazer barulho. Caminhei pelo corredor, cheguei na cozinha e deixei o pote de farinha areia em cima da mesa. Minha mãe viu a cena, que era algo normal. Ela ficou feliz, queria farinha! Na mesma hora colocou um pouco de farinha no prato de comida que tinha acabado de fazer para almoçar. 

 — Weiller, o que é isso? 
— Foi sem querer!!! 
— Tira a roupa, liga o chuveiro e me espera lá! AGORA!!! 

Calma. Este poderia ter sido o resultado da situação. P-o-d-e-r-i-a. Corri antes. Fui para a casa da mãezinha. 

—Mãezinha, minha mãe vai me bater.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

DESACELERE!!!

Depois de um período sem escrever por motivos de manutenção no suporte do blog e que ainda não foram resolvidos, resolvi voltar aqui e escrever sobre algo que tem tomado os meus pensamentos: a divisão do tempo com as coisas da vida.


Recentemente fui aprovado na Unifesspa (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará) em Letras. Fiquei muito feliz com minha conquista, o curso é fantástico e tem muito a ver comigo. Muita gente não sabe, mas estou concluindo Serviço Social pela Uniasselvi (isso também me levou a me afastar do blog porque estou escrevendo meu TCC). Pra quem já concluiu o ensino superior, sabe que os dias finais são meio conturbados. Comigo não está sendo diferente. Meu plano era: vou terminando meu curso normal e entro na turma de Letras que com certeza será pela manhã, como as anteriores são. Então, meu dia ficaria assim: pela manhã, Letras; pela tarde, trabalho; pela noite, nas segundas, quartas e sextas, trabalho também, e quinta a noite, Serviço Social. Bem, na minha cabeça seria um plano perfeito, haja vista que logo concluiria Serviço Social e seria algo a menos na minha carga horária diária. Mas algumas complicações surgiram...
 
Dia 6 de junho de 2016, às 11h, entro no site do Sisu e vejo meu nome da lista e percebo algo que não tinha notado anteriormente: Letras (Português) "NOTURNO". O chão se abriu. Como conciliar? "Você vai cursando como pode pra não perder a vaga e fica na turma do ano que vem, de manhã", disse um amigo. "Sai do emprego e consiga outro", falou outro. E depois de várias análises e várias opções a seguir, pensei: por que devo abraçar o mundo de uma vez? Eu sou uma pessoa só e o dia tem apenas 24 horas. Tenho 20 anos e mesmo que tivesse 60, por que teria pressa? Será que não sou capaz de tentar ano que vem de novo? Sou capaz sim!

Parece que o ser humano tem a necessidade de querer exercer inúmeras atividades ao mesmo tempo e acaba esquecendo de que não é um robô e que o corpo uma hora se cansa. Muita gente tem dois empregos, curso de inglês, academia, filhos, marido, esposa e outras milhares de coisas a fazer. No final acaba se esquecendo de cuidar de "si próprio". O mais importante é acreditar que se algo não deu certo hoje não significa que você não é bom o suficiente ou que não é capaz, e sim que é mais uma chance de mostrar que você pode fazer de novo e melhor.

Desabafo ou não, quero que repense em como tem divido seu tempo, pois repensei no meu. Já pensou em fazer nada? Sim, isso mesmo... Descansar o corpo e a mente, desacelerar... Ou fazer algo que goste, uma coisa que há tempos não faz... Faça o teste! Você não é obrigado a fazer tudo de uma vez. Há tempo para tudo, é bíblico.


Gostou do texto? Deixe um comentário!!! É importante pra mim. Até a próxima... Qualquer coisa, me chama nas redes sociais.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Quero Entender



A vida é cheia de surpresas. Boas ou ruins, elas acontecem. Ontem recebi um email de Rita, minha amiga e companheira de escrita, com o texto de um tio seu. Ao ler os oito parágrafos eu viajei em infinitas possibilidades, alternativas e compreensões.

INSPIRADORA, essa é essa a palavra certa pra descrever esta obra. Estou fugindo dos "padrões", assim como o último conto publicado. Quero Entender não é de minha autoria. É uma honra publicar algo do gênero aqui. Decidi dividir com vocês. Espero que gostem, assim como eu gostei.  


O mundo passa e com ele eu também. No meu passar vejo o mundo passando, mas não quero eu ficar apenas contemplando. Quero eu ser protagonista de algo nesse passar do mundo, mas não consigo compreender, talvez por que ainda não me compreendi.

O que sou? Um homem voraz impiedoso como eram os caçadores do paleolítico? Ou um homem domesticado preocu
pado com a plantação, criação de animais lactantes e com a criação de meus herdeiros? Sei que me transformei do homem paleolítico para um novo modelo do neolítico. E também sei que isto é essencial para o que sou hoje, afinal todos nós precisamos de uma morada, todos nós precisamos de um porto aonde ancorar nossas certezas, nossas felicidades, nossa arte.

Mas sei também, que guardo em mim, lá no fundo das minhas incompreensões, aquele homem voraz e impiedoso, que vez e outra sempre mostra os seus dentes afiados na face, face até das pessoas que amo.

O que o mundo é? Uma floresta habitada por animais nômades? Uma aldeia que não se firma por muito tempo? Ou uma cidade que resiste aos intemperes naturais e sociais?

O que eu sou? Um homem que busca domesticar seu eu escondido? Ou um que aprende a ser outro por saber o que é mais importante para o seu eu, que já não se basta apenas em sim e precisa transbordar para os demais?

Sei sim, que o mundo que passa tem muito do homem em mim do que posso compreender. Sei sim, que para compreender o mundo preciso compreender primeiro a mim mesmo e nesta compreensão procuro expandir para além de mim. Procurar transformar uma reflexão pessoal em uma reflexão social.

Mais algo vem tomando o meu ser. Minha incompletude me afirma que a razão que me faz pensar e ter certeza, não é suficiente para minhas certezas. Sinto que falta algo, sinto que a razão não é suficiente, parece que ela não está completa, falta algo...

É como a certeza de que a cidade dos mortos veio primeiro que a cidade dos vivos, pois é pensando em guardo nossos entes queridos que passamos a fixar nossas moradas. É na certeza de está-se em um lugar seguro, lugar para vivenciar o amor, a guarda, a alimentação, para dançar, cantar, pintar, modificar a beleza da natureza de acordo com a minha incompletude a fim de entender a si, e assim entender um pouco do mundo. É isso que impulsiona a procurar minhas raízes. É isso que me movimenta a querer entender...


* Marcos André Souza Frazão.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Conto: SAZÕES DE ROMEO

INTROSPEÇÃO

Colados. Selados. Lacrados. Os olhos fechados revelam o abandono das cores do mundo real e a imersão nas fantasias da imaginação. Romeo é jovem. Um peregrino de suas próprias indagações. De tempos em tempos viaja em busca de conhecer o Eu. 
– É chegada a hora de renascer, purificar a mente – dizia Romeo, sem descolar os lábios, sem expressar reações.


DESERÇÃO 

Eram três anos não olhando para trás. A angústia amargava como fel em sua boca. Estava cego, mergulhado em decepções. 
Como um cavalo livre pôs-se a galopar. Era uma decisão sua. Viajar o tempo, reconhecer a vida, em todas as suas sazões. A rapidez poderia ser entendida como fuga. Talvez, quem sabe, um não enfrentamento dos problemas condenados a ele. 
A terra onde vivia era amaldiçoada, recomeços não caberiam ali. Jamais. A intrínseca chance seria a extinção daquele lugar falido, daqueles habitantes desprovidos de coragem. 
Se não foi a escolha correta, nem lamentos lhe acontece. Queria mesmo esquecer, refazer seu contexto e mudar de corpo. Ideia e realidade. 


RATIFICAÇÃO 

Não sabia muito de si para continuar seus planos. Sabia assim, seu nome, sua cor. Precisava de mais, não sabia sua idade. Se conhecer estava além das conquistas corriqueiras da vida. Para o jovem rapaz, era oxigênio. Vida.
Nunca soube o que seria contentamento, apenas que descobriria todos os segredos do mundo, se soubesse primeiro os próprios.
Quem de fato seriam os progenitores?
Perguntas se aglomeravam, e Romeo, se esse era o nome, só conseguia lembrar uma senhora que sempre o cumprimentava com um ramo seco entre os dedos. 


EXPECTAÇÃO

Precisava encontrá-la. Urgentemente ver as portas, procurar lembranças.
O caminho foi tortuoso, mas ali estava. A referência seria uma árvore seca de vários anos, alguns passos à esquerda. Viu-se, então, a casinha simples e misteriosa. Seria seu destino estar preso ao desconhecido?
Seus passos falharam e a senhora sentada o observava. Estender a mão?
Antes disso, seus pés esbarraram em um tronco ao chão e rapidamente levantando-se houve o choque. Um lugar destruído pelo tempo, em destroços de uma casinha. Uma data riscada com ramos secos, grudados em tábuas velhas, o resto, sendo o fim. Romeo, diferente de todos. Sempre foi. Jovem, mas velho nos pensamentos da senhora. Alucinações de um amor proibido.


Mateus Weiller e Ana Rita Serafim

segunda-feira, 25 de abril de 2016

SOLIDARIEDADE (Corrente Solidária + Entrevista com Taynara Souza)

Não existe um termo específico que caracterize a palavra SOLIDARIEDADE. Bondade, cuidado, caráter, índole, amor, compromisso, companheirismo, ajuda, irmandade, caridade... Todas estas palavras podem ser corretamente usadas. É fácil discorrer inúmeros parágrafos com sinônimos para algo mais que necessário na sociedade de hoje. Mas, infelizmente, o fato de ser essencial não o transforma em realidade, pelo menos não em grande maioria.

A disparidade das condições de vida que as pessoas levam ainda é gritante. Uma grande parte com pouco, outra com excessos. Uma sociedade deficiente, que prefere não enxergar a vulnerabilidade de muitos. “Fome” parece ser assunto do início dos anos 2000, mas é tão comum quanto naquela época. E não precisamos ir tão longe, como na África, por exemplo. Você já parou pra pensar que talvez, quem sabe, o seu vizinho pode estar passando por maus bocados? E aquele parente que mora em outro bairro, tem notícias dele?
 - Mas Weiller, eu sempre dou moedas para moradores de rua, principalmente aqueles que ficam nas portas das lojas, como aquele senhor que sempre está em frente o Paraíba Magazine.

Certo, mas só tenho uma pergunta para lhe fazer: você já parou pra desejar pelo menos um bom dia? Uma palavra de ânimo, um simples olhar...? O alimento sustenta o corpo físico, mas e a alma, o coração...?

Taynara Souza, uma jovem de 20 anos, sentindo a necessidade de fazer algo pelas pessoas carentes e vulneráveis em Marabá, transformou seu desejo em algo maior, algo que começou a envolver mais pessoas no intuito de ajudar o próximo. Foi então que com amigos e conhecidos a marabaense fundou o grupo Corrente Solidária. Como ela mesma diz, o objetivo é ajudar sem firmar compromisso com religião, políticos, empresas ou troca de divulgação.

Com uma organização impecável, todas as famílias ajudadas são cadastradas para que se possa ter um controle, assim como nos programas do governo. As reuniões para discutir os dias das ações geralmente são feitas uma vez por semana. A cada dia que se passa o número de pessoas interessadas em ajudar cresce. Não só uma forma de contribuir com a sociedade marabaense, o Corrente Solidária é uma forma de transformar pessoas normais em cidadãos solidários.
 - Me diga, Weiller, com conheceu todo esse projeto?

Jhulia Braina, uma amiga que conheço desde quando me entendo por gente nesse mundo, me enviou uma mensagem perguntando se eu teria roupas para doar. Curioso, questionei sobre o que se tratava e, a partir daí, iniciamos uma longa conversa. Ela me apresentou o Corrente Solidária. Não só pelo fato de estar concluindo serviço social, mas me senti na necessidade de fazer parte e somar com todas as outras pessoas do grupo. A página oficial no Facebook é o veículo que informa a sociedade das ações e de como ajudar indiretamente. 




Parte do grupo em uma ação


Ação de Páscoa


A seguir, uma entrevista com Taynara. Ela, melhor que ninguém, pode explicar melhor sobre o grupo.

Psicologicamente: Como e quando surgiu o grupo?

Taynara Souza: O Corrente Solidária surgiu oficialmente no dia 29/02/2016 quando conheci duas pessoas no qual me fizeram criar o grupo. Pois até então eu realizava as ações sozinha, de maneira individual.

Psicologicamente: Qual motivo levou você a tomar a iniciativa?

Taynara Souza: O que me levou a tomar essa atitude foi ver tantas pessoas vivendo situações difíceis, sendo que eu sabia que tinha como ajudar de alguma forma. Inicialmente comecei fazendo ações pequenas com o grupo de jovens da igreja católica do Novo Horizonte, o Segue-me. Fizemos ações no Lar São Vicente de Paulo, sopão solidário... Porém, eu queria mais,queria ajudar mais e comecei a realizar ações.

Psicologicamente: Há quanto tempo vocês estão juntos nesse trabalho?

Taynara Souza: Temos pouco tempo juntos no Corrente Solidária,  mas já fizemos grandes ações na cidade em prol de nossas famílias carentes.Já beneficiamos mais de 700 pessoas nesses dois meses de atuação.

Psicologicamente: Quantas pessoas estão envolvidas?

Taynara Souza: O grupo hoje tem cerca de 90 integrantes, mas nem todos estão ativos diretamente. Podemos então dizer que temos cerca de 50 amigos solidários ativos.

Psicologicamente: Quais os tipos de atividades que o grupo tem exercido?

Taynara Souza: O grupo hoje vem atuando ativamente na cidade de Marabá, através do cadastro de famílias carentes o qual já temos mais de 100 famílias cadastradas, realizando caldos solidários, distribuição de cestas básicas, e buscando sempre dar o apoio que as famílias precisam, e de modo individual também.

Psicologicamente: De forma pessoal, como todo esse trabalho influencia sua vida?

Taynara Souza: Olha, a recompensa desse trabalho vêm em forma mais de sorrisos, olharese até mesmo lágrimas. É um enriquecimento da alma. Passei a valorizar mais o que eu tenho. É como diz a frase do grupo: “É na solidariedade que aprendemos grandes lições”. E eu posso dizer com plena certeza que a casa gesto simples eu aprendoe enriqueço mais a alma e cresço como pessoa também.


Que ajudar? Entre em contato comigo ou com Taynara pela página no Facebook. Seja solidário.  Afinal, com a solidariedade aprendemos grandes lições.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

O garoto das medalhas

Desde o ensino fundamental somos bombardeados com informações sobre o vestibular, ingressar na universidade e conquistar uma profissão. Muitas pessoas, desde crianças, já defendem algum tipo de atividade:
- Mãe, quero ser veterinária.
- Pai, quando eu crescer serei astronauta.

Não diferente desse processo, isso também aconteceu comigo. Como a maioria das pessoas, meu sonho era de ser médico. Mais precisamente pediatra.

Quando professores perguntavam na minha sala:
- Weiller, o que quer ser no futuro?
Eu respondia:
- Médico, professora.
Mas isso causava estranheza e muitos me desencorajavam afirmando que pra ser um médico eu teria que pagar um preço alto. Estudar muito, me dedicar além do que eu pudesse. E eu, inocente (coitado), nem ligava. Achava que era o rei da cocada preta.

Sempre estudei em escolas públicas. Da 1ª a 5ª estudei no Mº Ilan Rodrigues Jadão, que ficava próximo a minha casa. Na 5º série me escolheram para ser o presidente de sala (uma curiosidade: fui presidente de sala da 5º série ao 3º ano do ensino médio). No ano seguinte, o governo municipal fez algumas mudanças e fui obrigado a trocar de escola, indo para o José Cursino de Azevedo. Foi a melhor fase da minha vida, pelo menos no quesito escolar. Lá terminei o ensino fundamental e eles premiavam os alunos que se destacavam com medalhas e troféus para incentivar e reconhecer os melhores do ano. Até hoje guardo no meu guarda-roupa as minhas conquistas, todo ano ganhava. Está bem, Weiller... Não leio os teus textos para saber de sua vida. Calma, caro leitor... 

Todo esse processo que vivi nesses três anos me deu um gás (pseudo-gás) e fez com que acreditasse que eu realmente seria médico. Afinal, alguém que ganha medalhas na escola por ser um bom aluno entraria fácil numa universidade, não é mesmo? (era tão inocente. Devia ser a idade. Coitado). Só que as coisas não funcionam bem assim. A teoria está há 10 anos luz da prática.

Mas esqueci de algo principal, algo que mais jovem não teria como responder: eu realmente queria ser médico, seguir essa profissão e seria realizado profissionalmente? Hoje eu sei que a reposta é NÃO. Mas como lidar com essa situação toda? É bem difícil, algo até inevitável. São fases da vida que temos que viver para amadurecer.

No ensino médio me apaixonei por sociologia. Tinha uma professora maravilhosa. Hildonete, o nome dela. Muito inteligente, gostava de dialogar. Com isso, me interessei pelo curso de Direito. Depois de ler algumas coisas, meu desejo era de ser um promotor de justiça. Essa profissão me enchia os olhos. Tentei o vestibular, nada. Tentei bolsa em faculdade particular, nada também. Foi aí que percebi a dificuldade que é entrar numa universidade, ainda mais vindo de escola pública (POLÊMICA!).

Não tive aula de química no 1º ano. No 2º fiquei sem professor de matemática financeira. Quando cheguei no cursinho, desconhecia muita coisa. Tudo era diferente. Então, o garoto das medalhas se via como o garoto das dúvidas, dos questionamentos.
Não deixando me abalar pelas situações que vivia e, para não sair de Marabá, joguei a nota do Enem para o curso de Serviço Social, na Uniasselvi/Metropolitana e olha só... Em junho estou me formando, isso com 20 anos.

Ele queria Medicina, depois pensou em Direito e agora está concluindo Serviço Social. Já passou pra História, Engenharia Florestal, Farmácia, Biomedicina, Biologia. Ele é louco? Olha, colocando isso aqui eu até acredito ser um pouco perturbado. Mas isso não importa. Ninguém é obrigado a saber o que deseja ser quando se tornar adulto. A gente pode ir envelhecendo e conhecendo melhor as coisas, nossa verdadeira identidade.

Depois desse “Daily Blog” que é necessário? Não sei bem dizer... Mas o que quero dizer é que nem sempre as pessoas estão certas do que querem. Podemos tentar algo, às vezes até cair. O importante é seguir tentando e encontrar algo que traga felicidade e prazer.

“Avemaria, que clichezão”. Vai ser clichê sim.
 Precisamos de mais clichês em nossas vidas. 

terça-feira, 12 de abril de 2016

CRESCER


De todos os meus maiores desejos de infância, crescer e tornar-me adulto estava no topo de uma pirâmide um tanto curiosa. Quando criança, enquanto muitas brincavam, eu estava ligado em outras coisas. Queria saber como funcionava aquilo, o porquê de tal coisa existir...

Carinhosamente, ou não, fui apelidado por uma agente de saúde que sempre visitava a minha casa, de Perguntador. Bom dia, Perguntador! Descobriu coisas novas? – Questionava ela.

Na realidade, é como se eu não me sentisse criança. Os poucos momentos de lazer eram com minhas primas, quando brincávamos no quintal da casa da minha vó, que nos ensinou a chamá-la de mãezinha. Era brincadeira de escritório, mercadinho, manchete, sete pecados, “bets”. Mas, de uma forma ou de outra, apesar de estar envolvido nas brincadeiras, eu queria saber qual era a pauta da conversa dos adultos. Eu sempre pensava: que maravilha, a vida dos adultos é bem agitada, mais madura, é bem melhor – ledo engano.

Acredito que esse desejo de crescer está inteiramente ligado a independência. A poder sair sozinho, responder por si próprio. Mas, agora que já tenho 20 anos e posso me considerar um adulto, fica aqui um questionamento: CRESCER É BOM? Provavelmente você vai responder que não, e eu concordo com você.

Tudo que é novo assusta. Ou assusta ou é convidativo (Que contraditório Weiller). Convidativo como? Na infância, que é a fase das descobertas, tudo é mais difícil, e apesar disso, torna-se atrativo. Mesmo que se faça algo com medo ou assustado. Por exemplo, como foi pra você ingressar na 5ª série, onde novas disciplinas foram inseridas na sua grade escolar? Deve ter sido difícil, pra mim foi. E a puberdade? Corpo em mudança. Como lidar? Sensações novas, fase de adaptação. Dias estranhos... A apreensão do primeiro beijo, o medo de errar, passar vergonha... E o ensino médio? Jesus, que barra! 1º ano, química, biologia, física. Hoje pode ser até que isso não signifique nada. Mas você consegue se recordar dessas situações e de como pôde vivê-las naquela época? (Esse texto está ficando cheio de interrogações, meu Deus). Agora terminando a minha graduação, eu começo uma nova fase. E depois? Vem a família, filhos... Tem que ter o psicológico bem preparado pra isso, não é mesmo? (Eu ri disso).


Semanas atrás, numa conversa com minha tia, acabei afirmando que eu era adolescente, mas ela me corrigiu. Weiller, você já um adulto – disse ela. Sim, foi um golpe no meu peito. Deparei-me com o fato de que aquele garoto que queria tanto crescer não aceitava já ter crescido. Crescer não é fácil. Responsabilidades, trabalho, busca por estabilidade, profissão... Amores. Vida! Saudade dos 12, 13, 14 anos... Você começa a compreender o mundo com outros olhos. As pessoas não são tão boas como pareciam ser. Tudo está totalmente diferente. Sua personalidade vai se formando e o diferente causa estranheza em você. As coisas que seus pais falavam pra você quando criança vai fazendo sentido. E as coisas que eles não disseram pra te proteger? Você descobre. É um choque. E que choque, ein?!

Não sei se alguém nessa faixa etária acompanha os meus textos, essa de 12, 13 anos. Mas, até mesmo para quem é da minha idade ou mais velho que eu, fica aqui o conselho: viva intensamente cada momento da sua vida. Todos nós precisamos saber que o tempo não volta. Não tem como reviver aquele dia que você não aproveitou.

Na infância, brinque, divirta-se. Seja criança! Hoje em dia estamos vivendo a era digital. Os brinquedos, carrinhos e bonecas foram trocados por tablets, smartphones. Adolescentes cada dia mais maduros, mais adultos... Não aproveitando a fase em que vive. E ser adulto? Não tem como evitar. Essas etapas existem. O importante é não ficar louco e acreditar que isso é normal. Ou pelo menos deveria ser.  


O fato é: o tempo não volta. Jamais voltará. 

quinta-feira, 7 de abril de 2016

T.O.C

Transtorno Obsessivo Compulsivo. Talvez você não saiba, mas pode ser mais uma dos quatro milhões de brasileiros que sofrem com isso.

Antes de qualquer coisa, vou fazer algumas perguntas. Caso a sua resposta seja SIM para algumas delas:

- TCHARAM, VOCÊ TEM T.O.C!!!

1 – Antes de dormir, quando todos já estão acomodados, você levanta mais de uma vez para conferir se a porta está fechada?

2 – Você lava as mãos toda hora por medo de se contaminar com alguma bactéria?

3 – Você sofre uma breve agonia quando usa roupas vermelhas ou pretas?

4 – Deixa de passar em certos lugares por medo de acontecer algo ruim depois?

5 – Separa suas roupas no guarda-roupa por cores, modelos e peças?

6 – Seus objetos não podem sair do lugar?

7 – Ao deixar o carro estacionado no jornal você volta no estacionamento de madrugada 500 vezes pra conferir se está fechado? (JURO QUE NÃO ESTOU FALANDO DE MIM).

8 – O número 13 te deixa desconfortável quando usado?

9 – Já se sentiu incomodado com imagens que surgiram na sua mente repentinamente? (Bactérias, radiação, sujeira...).

10 – Tem preocupação exagerada com detalhes e coisas menores?

O TOC é basicamente um transtorno mental que apresenta a compulsão, a obsessão, ou até os dois juntos. O que causa o ato de evitar coisas. As tais obsessões são involuntárias e funcionam como uma espécie de defesa. Isso acaba tornando a agonia e o medo presentes no corpo do indivíduo em questão. Existe um leque cheio de formas em que o T.O.C pode se apresentar e de como ele se manifesta em cada pessoa. A minha mãe, por exemplo, é fissurada por limpeza. NÃO PARA UM SEGUNDO, e o T.O.C dela afeta o meu T.O.C de pessoas que não se aquietam.  

Antes eu achava que isso era algo normal, uma besteira minha. Mas, pesquisando e lendo algumas coisas eu percebi que isso é um mal e que atinge muita gente Brasil afora.

Na minha casa eu sou o último a dormir e volto várias vezes na porta pra saber se fechei tudo direitinho. Exagerado? TALVEZ! Mas acredite se quiser, sou light, tem gente que confere se o fogão está com todas as bocas fechadas por medo de vazamento de gás. O que é mais interessante é que esses medos rodeiam não só a pessoa em questão. É uma preocupação que essa pessoa tem em relação às outras que convivem com ela.

Por exemplo: quando completei 18 anos e já podia tirar a CNH, acabei relaxando... Na minha cabeça eu seria incapaz de dirigir, pilotar... Eu precisava vencer o medo de matar alguém no trânsito. Matar alguém. Sim, isso mesmo.

Minha irmã, que é mais nova que eu, andava pra cima e pra baixo enquanto eu dependia de carona alheia. Essa dependência, que não era nada legal, me incentivou a criar vergonha na cara e vencer os medos daquela época. (Saudades dos medos daquela época). Com isso, quero que você entenda que o T.O.C envolve não só quem sofre, mas também aqueles que estão a sua volta.


Com certeza você já assistiu em algum filme, série ou novela personagens com T.O.C de limpeza, que não pegam na mão de ninguém e sempre andam com álcool gel por medo de se contaminar com alguma bactéria.

Mas Weiller, qual o problema em usar roupas vermelhas ou pretas? O que eu vou falar aqui é bem estranho, chega a ser macabro. Vermelho é uma cor que lembra o quê? SANGUE! Sim, anrram, isso mesmo... Sim... Isso mesmo! Pegou essa referência, Capitão América? Parei. Pois é, tem gente que não gosta de nada que lembre sangue. Roupas pretas lembram velórios, morte e coisas do tipo. Isso também é certo tipo de T.O.C.

E deixar de passar em algum lugar por medo de acontecer algo ruim? EU JURO QUE NUNCA FIZ ISSO. Só sempre. (Temo que depois desse texto as pessoas pensem que sou um louco desequilibrado).

Enfim... Descobriu que tem T.O.C? Toca aqui! Mas traz o álcool gel! Para sua agonia, algumas imagens bem legais. B-E-M L-E-G-A-I-S!!! 


Comidas cortadas de forma erra pode? NÃO!


Sou um vencedor postando essas imagens!


Gente, gente... Como assim?


Famigerado piso desalinhado.


Você, que ainda está na escola e sente agonia por isso: bem vindo!

quinta-feira, 31 de março de 2016

Senhor Estúpido

Hoje em dia a comunicação se tornou algo banal. A grande quantidade de atividades exercidas por uma pessoa só é o motivo da falta de tempo e o acúmulo de estresse das pessoas. Infelizmente, o que se pode observar com frequência é que isso se torna um problema não só para o protagonista dessa situação, mas também para aqueles que estão a sua volta.

Meu Deus, Weiller, você está contextualizando algo tão simples, complicando uma coisa desnecessária... Pode ser que sim, mas observe os diálogos abaixo e então veremos se você continuará com a mesma opinião que tinha antes de ler esse texto.

“Querido diário, escrevo a ti as minhas palavras mais sinceras e deixo aqui as experiências vividas”.

O texto a seguir contém trechos fortes de desabafo. Cuidado!

Mais certo do que afirmar que 1+1 = 2, é dizer que descontar a raiva em alguém que não merece acontece inúmeras vezes durante o dia. Recentemente pude ser contemplado com duas situações um tanto constrangedoras (NO MESMO DIA).

Vamos organizar as ideias para uma melhor compreensão. Teremos duas situações, a X e a Y. Confira a seguir:

Situação X - Um senhor, que vamos chamar de Senhor X, veio a mim com a intenção de informar sobre um material, onde trabalho. Beleza...! Eu não o conhecia, não sabia o que era e quando procurei informações fui tratado mal pelo simples erro do Senhor X, que deveria procurar outra pessoa e não eu. (Alguém dá um soco nesse cara? Brincadeira. Ou não).

Situação Y – Agora teremos mais uma situação envolvendo um senhor, este chamaremos de Senhor Estúpido.  O personagem principal deste parágrafo, Sr. Estúpido, me pediu um favor. Eu, como nunca sei dizer não, respondi: claro, farei seu favor. Infelizmente o plano combinado, que eu chamei de Plano A, não deu certo... Optei pelo Plano B que não alteraria muita coisa no resultado final. Só que o Senhor Estúpido tinha um desejo enorme no seu coraçãozinho de mel de fazer jus ao seu nome. Armou a maior cena no meio de um pequeno número de pessoas que, diante disso, ficaram boquiabertas com tamanha deselegância. (Foi ridículo, sério!).

Neste momento você deve estar surpreso também, eu sei... Quem não ficaria?

É comum com a correria do dia a dia as pessoas ficarem estressadas e sobrecarregados com seus afazeres. Às vezes passamos por situações delicadas e, muitas delas, nem mesmo os amigos mais próximos sabem. Não é fácil controlar os ânimos quando alguma coisa não sai da maneira que gostaríamos. Mas, convenhamos, ninguém merece ouvir coisas que deveriam ser ditas pra outra pessoa, certo?

Meu conselho é: guarde sua raiva pra você. Ninguém merece gente chata buzinando no ouvido. E sim, é um desabafo. Uma espécie de texto de raiva momentânea.


terça-feira, 29 de março de 2016

Corpo ideal?

Assim como 99% das pessoas que existem nesse lugar que chamamos de mundo, sempre tive problemas com meu corpo. “Alá o magrelo, Trypanossoma Cruzi! Meu Deus, você é muito magro, parece uma vassoura! JESUS! Dá pra contar suas costelas...” Estes são alguns dos comentários que eu mais ouvia... E ainda ouço.

Minha mãe é magra, meu pai também. Na minha família todos são magros, sempre foram. Geneticamente falando, se fosse depender da herança familiar pra ganhar peso, seria difícil. Então ficava o questionamento: o que fazer pra mudar essa situação?

Todos os meus amigos me diziam para entrar numa academia. Então, certo... Vamos entrar na academia!? NÃO! Imagine uma pessoa com 1,75m de altura e 50Kg com shorts de academia e camisa regata? Apesar de não ser uma obrigatoriedade malhar de regata, é mais confortável.

Durante todo o nosso crescimento e reconhecimento como pessoa no mundo, passamos por várias etapas e, na maioria das vezes, estamos tentando nos encaixar nos padrões de beleza que a sociedade imprime. É algo natural, faz parte, mas não é uma regra que deve ser seguida.

Desde crianças recebemos uma enxurrada de informações e propagandas. E quando atingimos a puberdade, adolescência e uma fase mais madura, obter e ser o que as mídias dizem ser o certo acaba se tornando algo mais corriqueiro do que se imagina.

Os padrões da sociedade nem sempre condizem com a realidade e quando esses fatores são diferentes, o que em grande maioria acontece, o bullying começa a agir. Crianças sofrem por estarem acima do peso, por serem negras e até mesmo por serem pobres, e por outros diversos motivos que cada dia se fortalece. Mas esse é assunto para outro texto.

Você quer mudar? Mude por você, não por alguém que falou algo que não te agradou. Eu mudei por mim, apesar de não atingir os resultados desejados, ganhei 15Kg e o corpo deu uma “melhorada”. Quando mais magro, deixei de banhar de piscina, ir à praia, tudo por ficar com medo de virar motivo de piadas por conta da magreza. E agora, que ando de regata e banho sem camisa percebo que era uma grande besteira. Ninguém, além de você, pode delimitar o que você pode ou não fazer.

Não adianta fugir de palavras desanimadoras, elas sempre vão existir. O importante é seguir em frente porque o corpo ideal sempre será aquele que faz você feliz.

terça-feira, 22 de março de 2016

Um rosto avermelhado

Segundo o meu grande amigo Google, em particular o site Wikipédia (serei zoado por usar Wikipédia como referência?), a timidez se define como o desconforto e inibição em situações de interação pessoal, que interferem na realização dos objetivos pessoais e profissionais de quem a sofre. Caracteriza-se pela obsessiva preocupação com as atitudes, reações e pensamentos dos outros. Depois dessas palavras difíceis, eu vou traduzir isso de um modo mais simples e compreensível: timidez é o medo/vergonha de fazer “merda”.
Durante todo o meu crescimento e construção de personalidade, as assombrações da timidez me acompanharam. Por este motivo, a primeira discussão desse texto será sobre algo que acredito dominar: a minha inclusão na não tão pequena parcela mundial de pessoas com esse pequeno distúrbio perturbador que proporciona a perca de inúmeras coisas (muito boas) na vida, ou seja, o acanhamento ou qualquer outra nomenclatura existente.
Mas, Weiller, que coisas boas são essas? Vou falar igual uma amiga mineira chamada Nathália: “Cê qué quieu conto?” Eu conto!
 Bem, numa entrevista de emprego a vergonha e o medo de falar podem comprometer uma vaga. Deve haver uma linha tênue que sirva de equilíbrio. Não ser calado demais, nem falar demais. Tudo em grande quantidade não é bom, exceto séries, livros e comida.
Outra coisa: conhecer pessoas legais, futuros amigos e até, quem sabe, o amor de sua vida. Sim, por que não?
Uma pequeno diálogo para melhor entendimento:
Enquanto isso, na minha adorável infância….
- Weiller, venha cá! Minha amiga quer te conhecer, dizia minha mãe.
(não consigo dizer “a mãe”, tem que ser “minha mãe”. Deve ser algum distúrbio. Mas nesse caso, para vocês entenderem e para que eu ficasse mais calmo, eu precisava dizer “minha” mesmo. Mas, afinal, qual a necessidade de estar falando isso?).
No pequeno enredo acima, meu coração batia (é claro) de forma desesperada, como se quisesse sair pela boca.
(                              ) Nesse espaço em branco imagine uma expressão que possa traduzir a pior sensação “ocorrível” com você. Imaginou? Bem, pois essa é a sensação que me sobreveio. Se eu tinha medo de gente? Mais ou menos. Eu tinha mesmo era medo de fazer besteira. Ninguém gosta de conhecer amigas de mães. Tinha esquecido esse detalhe. (POLÊMICA!)
 Até hoje, inexplicavelmente, quando eu fico com vergonha de algo, meu rosto esquenta como se estivesse em um incêndio. O resultado disso é uma face avermelhada, entregando minha condição de constrangimento no momento. Mas, para amenizar a minha preocupação quanto a isso, uma matéria da Revista Super Interessante me acalmou, diz que essas pessoas são facilmente generosas e inspiram mais confiança. Olha só galera, que coisa legal! Vemos a ciência reafirmando a tese de que tudo tem um lado bom e outro ruim!
Pessoas “normais” jamais saberão o que se passa na cabeça de quem sofre desse mal. Não, não é frescura. Não, não é ser “da roça”, muito menos bobagem. Ninguém escolhe ser tímido, nem deixa de ser num piscar de olhos. A coisa, nessa história, é mais complicada do que se pode imaginar. Entendam, é um mecanismo de defesa contra o medo de errar.
Pra encerrar, companheiros que passam por isso, uma informação: você não está sozinho neste barco! E você que já é atirado demais, CONTROLE-SE. Sim, em caixa alta, como se fosse um grito, porque você precisa ler isso.

DICA DE OURO PARA OS HOMENS: Pelo amor do amado Senhor Jesus Cristo, nunca, em hipótese alguma, peça para o seu colega pedir para alguém que você goste uma “chance”. Esse negócio de “chance” é algo da 5º série. Falando numa linguagem mais atual: não peça para o seu amigo conseguir o WhatsApp de ninguém. Peça você mesmo, li que mulheres gostam de homem com atitude. Beleza?!

A minha doença é pior

Como assim? Pior? Sim! Pare e pense. Vamos por etapas...

Você nunca passou por uma situação em que ouviu ou viu (ouviu/ou viu, que louco) alguém falando com outra pessoa sobre doença? Se sim, continue... Já observou que inúmeras vezes em sua vida as pessoas ao seu redor queixam-se e afirmam estar passando por algo tão ruim que você nunca irá adquirir algo igual, mas na sua cabeça tudo o que já passou na vida foi pior do que aquilo que seu amigo está vivendo? (depois dessa viagem, precisei recuperar o fôlego. Espero que tenham entendido). Não sei o que acontece, mas quando se trata de doença, todo mundo quer ser o melhor em ter o pior, se é que conseguem me acompanhar.

Semanas atrás marcamos de sair para comermos uma pizza na Orla. Eu, Nilton e Yana, um casal de amigos. A gente conversou sobre Enem, espíritos, carros e por fim, doenças. Eu tenho um sério problema com dores de cabeça e falta de sono (a falta de sono é resultado do assunto comentado no primeiro texto, a explosão de ideias). Bem, conversa vai, conversa vem, eu e Yana estávamos cada vez mais nos aprofundando no "assunto dores" e Nilton todo o tempo calado. Depois de várias palavras lançadas de nossas bocas, ele fala algo do tipo: é engraçado como as pessoas competem sobre isso. A partir daí caí na real. Meu Deus, isso é verdade! Sim, passou um filme na minha cabeça com todas as cenas que vivi, vi, ouvi, presenciei (qualquer outro adjetivo que represente) algo parecido.

Seja uma simples dor de cabeça, que no meu caso não é tão simples (já comecei), uma batida no dedinho do pé "o perseguido", furar o pé com o prego (minha mãe colocava cebola e amarrava. Quando tirava, a cebola estava preta), dor de barriga (quem não tem uma bela história "diarréica"?), dor de estômago ou uma dengue (uma das piores coisas que já tive), as pessoas procuram aumentar o nível de seus males.

Pensando bastante sobre esse assunto percebi que na maioria das vezes, as pessoas, exceto o Nilton, procuram mostrar o quanto são fortes e que conseguem passar por qualquer coisa. É como se o ser humano tivesse a necessidade de mostrar a sociedade que precisa estar bem e que é forte o suficiente para passar por todas as coisas ruins e continuar bem. Depois que escrevi isso achei meio contraditório, mas é isso mesmo. Se é algo ruim, pode ser que sim, pode ser que não. O fato é que doença não é uma coisa boa, nem de longe! Mas cada um sabe sobre si mesmo e o que faz da vida, mas seria bem melhor ao invés de querer ter coisas ruins por vantagem, desejarmos o melhor para quem quer que seja.

 Por fim, depois de ler esse texto, verifique os diálogos ao seu redor e veja o quanto isso é algo corriqueiro. Atente-se e perceba que este fato ocorre em um número maior do que você imagina. Ou não, continue sendo essa mesma pessoa, assim como eu, que mesmo notando essas coisas continuou sendo o Weiller de sempre. Parece algo simples, e é. Parece algo desnecessário. Bem, poderia ser. Mas diante de qualquer dúvida, a minha doença é pior. Faz parte.

Explosão de Ideias

Olá, galera! Tudo tranquilo? Bem, essa é a primeira “matéria” do blog. Aqui pretendo abordar diversos temas e discutir, através da minha opinião, o cotidiano do jovem, principalmente na cidade de Marabá-PA, onde eu moro. Eu poderia fazer um canal no YouTube, mas nada é maior do que poder da escrita.

A princípio, quando estava procurando temas para discutir e escrever, tive uma “explosão de ideias” e logo pensei: ISSO!

Toda vez que preciso fazer algo, seja uma redação, projetos na faculdade ou opinar sobre determinado assunto numa roda de amigos, acontece algo comigo. Simplesmente me vem à cabeça inúmeras ideias, um monte de coisas que antes eu não conseguia decifrar e escolhia ficar calado para não me embolar e acabar pagando mico (agora respira com esse trecho sem vírgulas). Para organizar o entendimento, vamos começar falando sobre redação.

Desde muito novo eu tenho uma grande admiração pela escrita, em particular a crítica social e o modo como à redação no Enem é tratada. É algo grande você poder argumentar sobre os acontecimentos do país onde vive através da palavra. Sempre quando eu treinava escrever redação me deparava com a dificuldade de organizar as ideias para montar um bom texto. Um ano antes de entrar no cursinho eu fiz a prova do Enem e tirei 820 na redação, não aprovando meu texto que hoje é cheio de correções em vermelho (devo ter sido avaliado por um corretor muito descuidado). Nesse mesmo ano, ainda no ensino médio, numa escola pública que mais parecia um cemitério por ter salas deploráveis e cadeiras remendadas pelos próprios alunos, mas que tinha bons professores e ótima coordenação, muito ouvia que eu me daria bem num vestibular, mas não acreditava por ter ideias demais e não conseguir produzir algo bom o suficiente. Mas, graças às forças cósmicas que giram em torno á órbita da terra, (quê? Deu pra entender) uma pessoa chamada Thiago Reis, que na época era meu professor de redação no cursinho, pude aprimorar minha forma de escrever. Para minha alegria, Thiago me apresentou o Projeto de Texto – PT. Para muitos que estudam em escolas particulares e frequentaram cursinhos de qualidade, é algo comum. Para mim, vindo de um “cemitério” era algo extraordinário.

O QUE É PT?
Não, nada associado ao Partido dos Trabalhadores, caros amigos (graças a Deus). O PT é uma forma de organizar ideias, argumentos, intervenções, soluções e tudo que pode tornar uma redação melhor.

COMO FUNCIONA?
Antes de qualquer coisa, anote tudo. Sim! Escreva todas as coisas que vierem a sua cabeça, sejam boas ou ruins. Após esse pequeno ato de perca de forças vitais pelo medo de deixar de anotar uma ideia importante, comece a eliminar aquilo que não vai enriquecer seu texto. Lembrando que não adianta nada você anotar coisas inúteis pelo simples fato de não ler. Um bom escritor é um bom leitor. LEIA! Leia bastante... Revistas, jornais, sites de notícias e livros sobre conteúdos que te agradem para que possa melhorar a sua escrita. Se for o caso, leia até Cinquenta Tons de Cinza, pelo menos certas as palavras estarão.

Quem nunca leu/ouviu a expressão: “Introdução, desenvolvimento e conclusão”? Sim, essa teoria funciona muito bem no Projeto de Texto. Acredito que uma redação seja um quebra-cabeça. Você precisa encontrar as ideias perfeitas e encaixá-las de forma harmônica. No meu caso, tudo é montado numa folha e todos os assuntos, argumentos e opiniões que vou descrever são previamente escolhidos e dispostos num determinado parágrafo. Desta forma você enriquece seu texto e o seu avaliador percebe que você não só sabe escrever, mas também se organizar.

Sobre esse assunto eu posso escrever um Vade Mecum com cinco volumes. Então é melhor encerrar por aqui.

EXPLOSÃO DE IDEIAS NA VIDA

Preciso pesquisar se isso é uma doença ou não. Ainda bem que já perguntei para alguns amigos e eles me disseram que já passaram por algo parecido. Mas, pelo menos eu, acredito que as coisas sempre acontecem em um grau de intensidade maior com a gente. Assim também funciona com as doenças. Como certa vez um amigo chamado Nilton me contou: “as pessoas sempre competem para saber quem tem a pior doença”, isso é algo que eu ainda não tinha parado para pensar, mas é assunto para um próximo texto.

Desde criança sou um questionador, chegava até ser inconveniente e chato (na infância, eu acho). Nunca fui de passar o dia brincando como qualquer outra criança normal. Preferia saber sobre o mundo e as coisas que aconteciam. Às vezes brinco dizendo que não gosto muito de dormir porque acabo perdendo os fatos. Incontáveis são as vezes que perdi o sono calculando os passos e as coisas a serem feitas, e sempre quando chega a hora de cumprir os planos, caio no mais profundo ócio.

Estando em uma roda de amigos, que geralmente é formada pelos antigos amigos do cursinho/escola ou do trabalho, quando se toca em determinados assuntos eu fico meio tenso porque me vêm à cabeça várias opiniões e ideias. Não que isso signifique que eu não tenha ideias próprias e que deixo ser levado pelos pensamentos alheios, é justamente o contrário. Como se estivesse me afogando num mar de palavras e sendo puxado para o fundo (que viagem, Weiller!). Definitivamente não poderia expressar melhor a sensação. Por quê? Porque eu sempre quero falar várias coisas, palavras e inúmeras formas de argumentar ao mesmo tempo, e no final de tudo fico calado ou, quando falo, me perco todo. Louco? Talvez! Precisa de tratamento? LOUCO!

Diferente da escrita, onde consigo me organizar, a conversa mostra que eu sou completamente perturbado, e pouca gente sabe disso. Deve ser por que escondo bem. Minha meta no momento é controlar isso, e com este objetivo fiz algumas pesquisas e acabei descobrindo uma coisa: ISSO EXISTE! Além de mim, claro. O nome desse acontecimento/fato/circunstância é Brainstorming, termo formado pela junção das palavras "brain", que significa cérebro, intelecto e "storm". É um método criado nos EUA para testar e explorar a capacidade criativa do ser humano. No meu caso, a coisa fluiu de forma natural, mas acredito que todos, pelo menos um pouco, passam por algo parecido, só que em um grau menor. Ou não.

Diante disso, depois da pesquisa e tudo mais, concluo que talvez esta característica seja algo meu e eu não preciso livrar-me dela. Faz parte de mim.

NOTA: Não foi uma crítica ao livro Cinquenta Tons de Cinza, até assisti ao filme e gostei. Mas quem sabe da história entende o que escrevo. Foi apenas uma piada. Até sem graça...

Espero que tenham gostado. Com o tempo pego o jeito!