terça-feira, 22 de março de 2016

A minha doença é pior

Como assim? Pior? Sim! Pare e pense. Vamos por etapas...

Você nunca passou por uma situação em que ouviu ou viu (ouviu/ou viu, que louco) alguém falando com outra pessoa sobre doença? Se sim, continue... Já observou que inúmeras vezes em sua vida as pessoas ao seu redor queixam-se e afirmam estar passando por algo tão ruim que você nunca irá adquirir algo igual, mas na sua cabeça tudo o que já passou na vida foi pior do que aquilo que seu amigo está vivendo? (depois dessa viagem, precisei recuperar o fôlego. Espero que tenham entendido). Não sei o que acontece, mas quando se trata de doença, todo mundo quer ser o melhor em ter o pior, se é que conseguem me acompanhar.

Semanas atrás marcamos de sair para comermos uma pizza na Orla. Eu, Nilton e Yana, um casal de amigos. A gente conversou sobre Enem, espíritos, carros e por fim, doenças. Eu tenho um sério problema com dores de cabeça e falta de sono (a falta de sono é resultado do assunto comentado no primeiro texto, a explosão de ideias). Bem, conversa vai, conversa vem, eu e Yana estávamos cada vez mais nos aprofundando no "assunto dores" e Nilton todo o tempo calado. Depois de várias palavras lançadas de nossas bocas, ele fala algo do tipo: é engraçado como as pessoas competem sobre isso. A partir daí caí na real. Meu Deus, isso é verdade! Sim, passou um filme na minha cabeça com todas as cenas que vivi, vi, ouvi, presenciei (qualquer outro adjetivo que represente) algo parecido.

Seja uma simples dor de cabeça, que no meu caso não é tão simples (já comecei), uma batida no dedinho do pé "o perseguido", furar o pé com o prego (minha mãe colocava cebola e amarrava. Quando tirava, a cebola estava preta), dor de barriga (quem não tem uma bela história "diarréica"?), dor de estômago ou uma dengue (uma das piores coisas que já tive), as pessoas procuram aumentar o nível de seus males.

Pensando bastante sobre esse assunto percebi que na maioria das vezes, as pessoas, exceto o Nilton, procuram mostrar o quanto são fortes e que conseguem passar por qualquer coisa. É como se o ser humano tivesse a necessidade de mostrar a sociedade que precisa estar bem e que é forte o suficiente para passar por todas as coisas ruins e continuar bem. Depois que escrevi isso achei meio contraditório, mas é isso mesmo. Se é algo ruim, pode ser que sim, pode ser que não. O fato é que doença não é uma coisa boa, nem de longe! Mas cada um sabe sobre si mesmo e o que faz da vida, mas seria bem melhor ao invés de querer ter coisas ruins por vantagem, desejarmos o melhor para quem quer que seja.

 Por fim, depois de ler esse texto, verifique os diálogos ao seu redor e veja o quanto isso é algo corriqueiro. Atente-se e perceba que este fato ocorre em um número maior do que você imagina. Ou não, continue sendo essa mesma pessoa, assim como eu, que mesmo notando essas coisas continuou sendo o Weiller de sempre. Parece algo simples, e é. Parece algo desnecessário. Bem, poderia ser. Mas diante de qualquer dúvida, a minha doença é pior. Faz parte.

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